terça-feira, 23 de junho de 2009

Crítica - Festa de Família

Com direção de Bruce Gomlevsky e adaptação teatral de David Eldridge, a peça Festa de Família é uma transposição do filme homônimo do dinamarquês Thomas Vinterberg, um dos criadores do movimento chamado Dogma 95, que trouxe, em 1995, uma nova proposta estética à linguagem audiovisual.A trama acontece na festa de aniversário do patriarca de uma tradicional e rica família. Durante a comemoração, segredos familiares vêm à tona e surpreendem os convidados com revelações que mudarão para a sempre a vida dos presentes.
A direção de Bruce Gomlevsky mostra uma tentativa de transposição da linguagem cinematográfica para o teatro, o que não conseguiu. O conflito entre as linguagens é gitante no espetáculo, não conseguindo passar as duas etapas de ação do texto, deixando quase sempre a impressão de que as cenas não foram acabadas. Uma gritaria exacerbada, na busca de um ritmo também não conseguido, chega a ser irritante e demasiado estranho para a platéia. A cenografia de Bel Lobo é antiquada. Os figurinos de Flávio Souza não tem nada de Escandinávio. A direção musical de Marcelo Alonso Neves não consegue dar clima as cenas da peça. Salva-se na parte técnica da peça é eficiente iluminação de Maneco Quinderé. O elenco composto por Julia Carrera, Walney Costa, Otto Jr., Risa Landau, Teresa Foumier, Joelson Gusson, Peter Boos, Christovam Netto, Carolina Chalita, Ricardo Damasceno, Leonardo Corajo, Carlos Veiga e Júlia Limp Lima e Bruce Gomlevsky, não consegue uma individualização de seus personagens, talvez pelos corte abrubtos da encenação que inelizmente é muito insatisfatória.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Crítica - De Corpo Presente

Com direção e texto de Mara Carvallio, a comédia De Corpo Presente fala sobre a falta de comunicação nas relações humanas, principalmente com afetos perdidos ao longo da vida. O tempo da narrativa não é linear e a ação transita entre passado e presente.O enredo se passa em um velório, no qual familiares se reencontram. Ao relembrar fatos do passado e falar do presente, diferentes versões dos acontecimentos vêm à tona e antigos segredos e conflitos são revelados.
A direção não tem a pretenção de inovar em nada e muito menos marcar época no teatro, simplesmente conduz com naturalidade a trama e consegue bons momentos em algumas cenas. Talvez o espetáculo careça de um pouco mais de elaboração nas cenas, o que faria com que a peça ganhasse e muito. O elenco composto por Cristina Prochaska, Blota Filho, Mara Carvallio, Carlos Martin, Patricia Batitucci, Alexandra Martins, Murilo Salles e Mariana Bassoul está bem razoável na trama e se saem bem de certa forma. A parte cômica da peça fica a cargo de Mara Carvalho com sua argentina bem concebida sem os esteriótipos rídiculos que se costumam ver em determinados personagens gringos com seus sotaques ridículos. A iluminação de Maneco Quinderé é simples e funcional, o figurino de Patrícia Biaggioni e a trilha sonora de André Frateschi o são da mesma forma. Enfim uma montagem simples e razoável que vale a pena ser conferida.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Crítica - Estranho Casal


Com três temporadas na Broadway e 922 montagens internacionais, o espetáculo Estranho Casal chega ao Brasil com um elenco formado por oito atores, entre eles Carmo Dalla Vechia e Edson Fieschi. A montagem brasileira da premiada peça de Neil Simon possui tradução assinada pelo autor Gilberto Braga e direção de Celso Nunes. No palco, Felix, um jornalista obcecado por limpeza, é expulso de sua casa por sua esposa e passa a morar com seu amigo recém-divorciado, Oscar, um comentarista esportivo desleixado e bem sucedido. Eles imaginam que a convivência seria fácil e que poderiam seguir a vida de solteiro normalmente. Mas descobrem que seus temperamentos são completamente diferentes. Assim, o convívio desse estranho casal torna-se insuportável, pois, enquanto Oscar é um bagunceiro incorrigível, Felix é exatamente o oposto.
O diretor Celso Nunes armou a cena de maneira tradicional, como convém ao material disponível. O cenário de José Dias compõem bem a cena , uma iluminação muito boa de Paulo César Medeiros, figurinos adequados de Ney Madeira e completando a parte técnica bem executada, trilha sonora de Billy Forghiere é apropriada. Os destaques na interpretação do elenco ficam por conta de Bel Garcia e Susana Ribeiro que provocam risos na platéia com seus sotaques mutito interessantes. o rstante do elenco, Marcos Archer, Leonardo Netto, Marcelo Várzea e Rogério Freitas, não conseguem muito destaque em cena, mas mantêm um harmonioso conjunto; Edson Fieschi se ressente da uniformidade do seu personagem e Carmo Dalla Vecchia faz um malandro com agilidade física e verbal, mas seu personagem precisa ser um pouco mais trabalhado nas nuances que poderia ser mais bem aproveitadas. Uma montagem regular, mas que com alguns acertos pode-se tonar um bom trabalho teatral.