sábado, 12 de junho de 2010

Crítica - A Carpa

Com Ivone Hoffmann e Carolyna Aguiar no elenco, a peça coloca em questão uma geração que rompeu a tradição e está em crise. As duas atrizes se revezam em quatro papéis, em duas épocas e países diferentes, Brasil e Rússia. Uma mãe que carrega ainda dentro de si as tradições de seu país e dos guetos e uma filha aculturada que se casou com um não judeu. A ação transcorre num único dia, a vespera da Páscoa Judaica. as duas se confrontam devido as visões diferentes uma da outra em relação ao mundo.
As autoras Denise Crispun e Melanie Dimantas dizem que a peça foi escrita a quatro mãos, cada uma trazendo suas histórias e de seus familiares, porém coladas parecem uma só história.
O espetáculo gira mesmo em torno do encontro afetivo de mãe e filha. As duas sempre se amaram, mas este amor foi afetado por suas diferentes posturas. O que fica para a platéia em relação a esta situação, é que não existe uma verdade absoluta e que o diálogo é sempre a melhor solução para todas as questões pendentes.
O diretor Ary Coslov impõe à cena uma dinâmica simples e eficiente, totalmente centrada nas relações entre as personagens, irretocavelmente interpretadas por Ivone Hoffmann (mãe) e Carolyna Aguiar (filha), que defendem suas colocações com uma verdade única.
A iluminação de Aurélio de Simoni, os figurinos de Kalma Murtinho, o cenário de Marcos Flaksman e a trilha sonora também assinada por Coslov, são excelentes e ornamentam de forma muito adequada o ambiente do espetáculo.

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