quarta-feira, 13 de maio de 2009

Crítica - Cyrano de Bergerac

Autor dramático francês, Edmond Rostand (1868-1918) especializou-se em escrever dramas românticos em verso. Mas de seus sete textos, apenas dois ainda são encenados com relativa frequência: "L'Aiglon" (1900), que estreou protagonizado por Sarah Bernhrardt, e sobretudo "Cyrano de Bergerac" (1898).
"Cyrano de Bergerac",está em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim. A tradução é do poeta Ferreira Gullar, que também assina a adaptação. A direção é de Renato Carrera. No elenco, Oddone Monteiro (Cyrano), Márcia Méll (Roxana), Rodrigo Phavanello (Cristiano), Ricardo Tostes (Ragueneau), Breno Pessurno (De Guiche), Eduardo Salles (Le Bret), Heitor Cassiano (Valvert/Cadete), Bruno Seixas (Lignière/Cadete), Thalita Rocha (Lise/Irmã Marta), Fátima Esteves (Aia/Madre), Antonio Rossano (Montfleury/Capuchinho/Cadete), Luciana Cazz (Cuigy/Cadete), Márcio Maia (Carbon), Felipe Bondaroski (Cadete) e Bruno Barros (Bellerose/Cadete).
Tudo no espetáculo é questionável com excessão da bela tradução e adaptação de Ferreira Gullar. O mínimo que se necessita para se interpretar um texto deste porte é de um elenco que consiga ao menos falar com naturalidade um texto em verso, pois ao criar o texto desta forma, a intenção do autor era dar a trama uma carga emocional cheia . Rostand escreveu uma peça de teatro, com ótimos personagens e ações absolutamente convincentes.
No entanto, o despreparo dos atores é tamanho que além de não conseguirem conferir um mínimo de credibilidade aos papéis que interpretam, ainda por cima erram o texto a todo momento, como principiantes na iniciação teatral.
Renato Carrera tem uma direção completamente bagunçada, com os atores começando a peça aos gritos no meio da platéia sem um mínimo de porque. Quando vão para o palco em raro momento a situação fica diferente. Estética de cena simplesmente não existe, atores em todo o momento fora do foco principal, ou seja praticamente o que se observa é uma não direção em cena. O elenco é fraquíssimo. A cenografia e figurinos podem ser considerados corretos e a iluminação é básica e pouca aproveitada pela direção. Em resumo, o texto de Rostand que é considerado uma obra-prima, carece urgente neste espetáculo em questão de uma melhor matéria-prima. 

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