segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crítica - Pessoas

O Marinheiro, O Jardim do Palácio, Salomé e a Morte do Príncipe. Estes quatro dramas estáticos compõem o novo espetáculo da Cia. Atores de Laura, que leva a direção de Susanna Kruger. A diretora criou quatro pequenos espaços, onde cada ator (Verônica Reis, Luiz André Alvim, Marcio Fonseca e Adriana Schneider) interpreta um dos textos de Pessoa. Através desta partitura , a diretora propõe uma instalação cênica onde a platéia tem a possibilidade de escolher qual ator ela vai  assistir primeiro e assim sucessivamente. Podendo inclusive assistir ao mesmo texto com atores diferenetes, ou deixar de assistir uma encenação no meio indo para outra que mais lhe interessar, já que a cada final de texto, os atores se despem do figurino e se vestem novamente indo para o outro espaço para encenação do próximo texto.  Os atores falam seu texto ao mesmo tempo e em determinado momento um ator levanta o volume de voz, buscando pra si a atençaõ da platéia.

A proposta da diretora em fazer com que o público ouça e capte vários textos ao mesmo tempo e possa absorver o que de mais importante tem em cada um , ao contrário da salvaguardar a integridade de cada texto por vez, é interessante. O grande problema é que na prática isto não é atingido. O que se vê é uma junção de informações que se misturam impossibilitando uma maior absorção destas narrativas, desvalorizando desta forma o que o espetáculo "Pessoas" poderia ter de melhor: o texto, já que a diretora fez a opção por uma encenação praticamente estática. É louvável o belo biombo que é utilizado encobrir a imagem do ator, sendo permissível apenas ouvir a sua voz, mas é de um péssimo gosto o momento em que um ator manda o texto sovando uma massa de pão. A Cenografia e figurinos de Ronald Teixeira e Leobruno Gama são interessantes e a iluminação de Aurélio de Simoni deixa o ambiente apropriado. 

Em resumo o espetáculo Pessoas passa uma idéia de que falta algo. Como se tivesse saído do forno antes da hora. Inacabado.

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