segunda-feira, 13 de abril de 2009

Crítica - A Cabra ou quem é Sylvia?

A estranheza do espetáculo de Edward Albee já começa pelo título e percorre a encenação, de forma a incomodar, e muito, o público, a partir do amor declarado de um homem por uma cabra. Um arquiteto casado, bem casado, desesperadamente entregue a um sentimento que explicita sua condição: recém-chegado aos 50 anos, ele está só, mesmo cercado de pessoas. Só. Com perspectivas que não lhe atraem. Não mais. 
A montagem brasileira, dirigida por Jô Soares e com José Wilker à frente do elenco, é econômica e de condução bastante eficiente, com espaço para o brilho não só do protagonista, mas como o de Denise Del Vecchio como a mulher traída. De todas, a melhor cena é a da confissão dele, à mulher, de que participara de uma reunião de zoófilos anônimos. Bons diálogos, bom elenco e sensação de dever cumprido.

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