
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Crítica - Vestido de Noiva

segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Crítica - Náufragos
 A dor e a comicidade de dois errantes perdidos no labirinto da própria mente. Náufragos, premiado texto do autor italiano Máximo Bavastro, estréia no Brasil dirigido por Alessandra Vanucci e uma produção ítalo-brasileira.
A dor e a comicidade de dois errantes perdidos no labirinto da própria mente. Náufragos, premiado texto do autor italiano Máximo Bavastro, estréia no Brasil dirigido por Alessandra Vanucci e uma produção ítalo-brasileira.Dois sugeitos cômicos e trágicos (interpretados por Nicola Lama e Marcelo Aquino) que passam a vida entrando e saindo de clínicas de recuperação, resolvem autonomear-se Don Quixote e Sancho Pança e desbravar a cidade do Rio de Janeiro, e assim enfrentar todos os monstros e medos de toda uma vida.
Alessandra Vanucci revestiu a montagem de modo clownesco incorporando a platéia ao espetáculo: um truque ingênuo e as vezes massante. As cenas do espetáculo se alongam as vezes de forma demasiada, causando um descompasso entre a imagem e a palavra. Nicola Lama se destaca pelo trabalho corporal perfeitamente executado e Marcelo Aquino, através da pantomima, transmite a dimensão da fantasia desesperada pela e da falta da razão indicada pela sua personagem. A música de Paolo Vivaldi, composta para o espetáculo é forte e com dramticidade oportuna.
Enfim Náufragos é uma peça que alterna bons e maus moentos, mas que a vale a pena ser conferida pela integridade artística que se dispõe cenicamente.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Crítica - O Especulador
 Um dos maiores autores de todos os tempos, Balzac escreveu 90 romances, que constituem A Comédia Humana, mas apenas um texto teatral, "Le faiseur", traduzido e adaptado por João Bethencourt, ora em cartaz no Teatro Sesi com o título "O especulador". Contando com direção de José Henrique, a peça chega à cena com elenco formado por Élcio Romar (Augusto Mercadet), Nedira Campos (Alice Mercadet), Brunella Provvidente (Julia Mercadet), Vinicius Brambilla (Minard), Mouhamed Harfouch (De La Brive), Bruno Ganen (Goulart), Marcio Ricciardi (Méricourt), Sérgio Fonta (Verdelin), Pietro Mário (Brédif), Ricardo Leite Lopes (Violette), Vitória Furtado (Teresa), Luciano Borges (Justino) e Rubens Araújo (Berchut).Ambientada em Paris, em 1839, a peça gira em torno de dois temas: as imensas dívidas do especulador Augusto Mercadet e seus desesperados esforços - jamais éticos - de quitá-las, e que vão desde a tentativa de casar a filha com um homem de posses até as mais desvairadas artimanhas para enganar credores e conseguir fundos. No entanto, mais do que apenas centrar sua trama no caso específico de um homem, na verdade Balzac faz uma divertida e feroz crítica aos valores burgueses, atacando com o mesmo furor dois de seus maiores predicados: a ganância e a hipocrisia. O numeroso elenco não tem grande destaqe indivudual e deixa uma sensação de que poderia ter explorado muito melhor as boas e divertidas marcas impostas pelo diretor. Alguns atores inclusive passam despercebidos em cena. Na equipe técnica, o acerto é geral - cenografia de José Henrique, figurinos de Lola Tolentino e iluminação de Rogério Wiltgen. Em suma a peça carece de um elenco mais afinado. É certo de que se poderia ter alcançado um melhor resultado.
 Um dos maiores autores de todos os tempos, Balzac escreveu 90 romances, que constituem A Comédia Humana, mas apenas um texto teatral, "Le faiseur", traduzido e adaptado por João Bethencourt, ora em cartaz no Teatro Sesi com o título "O especulador". Contando com direção de José Henrique, a peça chega à cena com elenco formado por Élcio Romar (Augusto Mercadet), Nedira Campos (Alice Mercadet), Brunella Provvidente (Julia Mercadet), Vinicius Brambilla (Minard), Mouhamed Harfouch (De La Brive), Bruno Ganen (Goulart), Marcio Ricciardi (Méricourt), Sérgio Fonta (Verdelin), Pietro Mário (Brédif), Ricardo Leite Lopes (Violette), Vitória Furtado (Teresa), Luciano Borges (Justino) e Rubens Araújo (Berchut).Ambientada em Paris, em 1839, a peça gira em torno de dois temas: as imensas dívidas do especulador Augusto Mercadet e seus desesperados esforços - jamais éticos - de quitá-las, e que vão desde a tentativa de casar a filha com um homem de posses até as mais desvairadas artimanhas para enganar credores e conseguir fundos. No entanto, mais do que apenas centrar sua trama no caso específico de um homem, na verdade Balzac faz uma divertida e feroz crítica aos valores burgueses, atacando com o mesmo furor dois de seus maiores predicados: a ganância e a hipocrisia. O numeroso elenco não tem grande destaqe indivudual e deixa uma sensação de que poderia ter explorado muito melhor as boas e divertidas marcas impostas pelo diretor. Alguns atores inclusive passam despercebidos em cena. Na equipe técnica, o acerto é geral - cenografia de José Henrique, figurinos de Lola Tolentino e iluminação de Rogério Wiltgen. Em suma a peça carece de um elenco mais afinado. É certo de que se poderia ter alcançado um melhor resultado.Crítica - As Noivas de Nelson
 A peça reúne 5 contos de A vida como ela é, coluna que Nelson manteve no jornal carioca Última Hora ao longo dos anos 50: Excesso de trabalho, Delicado, O sacrilégio, O pastelzinho e Feia demais. Todos envolvem as ideias de casamento e morte, refletidas nos fúnebres figurinos e cenário de Juliana Fernandes e na maquiagem de Edivaldo Zanotti, com todo o elenco caracterizado como defunto. Os dez atores se revezam entre dezenas de personagens, saindo-se, em geral, muito bem, tanto nos papéis importantes quanto nos que são meras figurações. Mesmo quando os atores encarnam “personagens” sem fala e com cerca de apenas um minuto em cena.
 A peça reúne 5 contos de A vida como ela é, coluna que Nelson manteve no jornal carioca Última Hora ao longo dos anos 50: Excesso de trabalho, Delicado, O sacrilégio, O pastelzinho e Feia demais. Todos envolvem as ideias de casamento e morte, refletidas nos fúnebres figurinos e cenário de Juliana Fernandes e na maquiagem de Edivaldo Zanotti, com todo o elenco caracterizado como defunto. Os dez atores se revezam entre dezenas de personagens, saindo-se, em geral, muito bem, tanto nos papéis importantes quanto nos que são meras figurações. Mesmo quando os atores encarnam “personagens” sem fala e com cerca de apenas um minuto em cena.O ritmo do espetáculo, como um todo, é vertiginoso, mas a plateia nunca fica cansada. Braz, o diretor, soube explorar o que cada ator tem de melhor em potencial, alternando momentos em que todos se destacam ao mesmo tempo, com brilhos individuais em determinados momentos.
As Noivas de Nelson, da Cia. Paulista de Artes é um espetáculo engraçado e muito interessante, que vale a pena ser assitido por uma platéia atenta e que procure não perder nenhum momento.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Crítica - Festa de Família
 Com direção de Bruce Gomlevsky e adaptação teatral de David Eldridge, a peça Festa de Família é uma transposição do filme homônimo do dinamarquês Thomas Vinterberg, um dos criadores do movimento chamado Dogma 95, que trouxe, em 1995, uma nova proposta estética à linguagem audiovisual.A trama acontece na festa de aniversário do patriarca de uma tradicional e rica família. Durante a comemoração, segredos familiares vêm à tona e surpreendem os convidados com revelações que mudarão para a sempre a vida dos presentes.
 Com direção de Bruce Gomlevsky e adaptação teatral de David Eldridge, a peça Festa de Família é uma transposição do filme homônimo do dinamarquês Thomas Vinterberg, um dos criadores do movimento chamado Dogma 95, que trouxe, em 1995, uma nova proposta estética à linguagem audiovisual.A trama acontece na festa de aniversário do patriarca de uma tradicional e rica família. Durante a comemoração, segredos familiares vêm à tona e surpreendem os convidados com revelações que mudarão para a sempre a vida dos presentes.A direção de Bruce Gomlevsky mostra uma tentativa de transposição da linguagem cinematográfica para o teatro, o que não conseguiu. O conflito entre as linguagens é gitante no espetáculo, não conseguindo passar as duas etapas de ação do texto, deixando quase sempre a impressão de que as cenas não foram acabadas. Uma gritaria exacerbada, na busca de um ritmo também não conseguido, chega a ser irritante e demasiado estranho para a platéia. A cenografia de Bel Lobo é antiquada. Os figurinos de Flávio Souza não tem nada de Escandinávio. A direção musical de Marcelo Alonso Neves não consegue dar clima as cenas da peça. Salva-se na parte técnica da peça é eficiente iluminação de Maneco Quinderé. O elenco composto por Julia Carrera, Walney Costa, Otto Jr., Risa Landau, Teresa Foumier, Joelson Gusson, Peter Boos, Christovam Netto, Carolina Chalita, Ricardo Damasceno, Leonardo Corajo, Carlos Veiga e Júlia Limp Lima e Bruce Gomlevsky, não consegue uma individualização de seus personagens, talvez pelos corte abrubtos da encenação que inelizmente é muito insatisfatória.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Crítica - De Corpo Presente
 Com direção e texto de Mara Carvallio, a comédia De Corpo Presente fala sobre a falta de comunicação nas relações humanas, principalmente com afetos perdidos ao longo da vida. O tempo da narrativa não é linear e a ação transita entre passado e presente.O enredo se passa em um velório, no qual familiares se reencontram. Ao relembrar fatos do passado e falar do presente, diferentes versões dos acontecimentos vêm à tona e antigos segredos e conflitos são revelados.
 Com direção e texto de Mara Carvallio, a comédia De Corpo Presente fala sobre a falta de comunicação nas relações humanas, principalmente com afetos perdidos ao longo da vida. O tempo da narrativa não é linear e a ação transita entre passado e presente.O enredo se passa em um velório, no qual familiares se reencontram. Ao relembrar fatos do passado e falar do presente, diferentes versões dos acontecimentos vêm à tona e antigos segredos e conflitos são revelados.A direção não tem a pretenção de inovar em nada e muito menos marcar época no teatro, simplesmente conduz com naturalidade a trama e consegue bons momentos em algumas cenas. Talvez o espetáculo careça de um pouco mais de elaboração nas cenas, o que faria com que a peça ganhasse e muito. O elenco composto por Cristina Prochaska, Blota Filho, Mara Carvallio, Carlos Martin, Patricia Batitucci, Alexandra Martins, Murilo Salles e Mariana Bassoul está bem razoável na trama e se saem bem de certa forma. A parte cômica da peça fica a cargo de Mara Carvalho com sua argentina bem concebida sem os esteriótipos rídiculos que se costumam ver em determinados personagens gringos com seus sotaques ridículos. A iluminação de Maneco Quinderé é simples e funcional, o figurino de Patrícia Biaggioni e a trilha sonora de André Frateschi o são da mesma forma. Enfim uma montagem simples e razoável que vale a pena ser conferida.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Crítica - Estranho Casal

quinta-feira, 28 de maio de 2009
Crítica - Decameron
 Adaptada da obra homônima do italiano Giovanni Boccaccio, a comédia Decameron - A Arte de Fornicar aborda de maneira irreverente os comportamentos humanos, as paixões, a infidelidade, a sedução e as trapaças sexuais. O clássico apresenta o cotidiano de pequenos comerciantes e artesãos, cujas esposas usam truques e espertezas para fazer conquistas amorosas, mas sempre tentando preservar a imagem da família.
Adaptada da obra homônima do italiano Giovanni Boccaccio, a comédia Decameron - A Arte de Fornicar aborda de maneira irreverente os comportamentos humanos, as paixões, a infidelidade, a sedução e as trapaças sexuais. O clássico apresenta o cotidiano de pequenos comerciantes e artesãos, cujas esposas usam truques e espertezas para fazer conquistas amorosas, mas sempre tentando preservar a imagem da família. Com uma linguagem cômica e satírica, o texto ganha atualidade e traz divertidas histórias. No palco, o público se depara com freiras devassas que realizam "milagres" sexuais, uma esposa traiçoeira com habilidade para negócios, um fugitivo maroto que tenta trapacear, jovens amantes, um criado que perde a cabeça por amor, entre outros personagens.
A direção é de Otávio Müller, que se baliza pela tradição popular, mas em nenhum momento cai na tentação do popularesco, tão pouco na vulgaridade. O cenário de Vera Oliveira facilita a agilidade das cenas. A luz de paulo Denizot não acompanha ao rítimo intenso do espetáculo, além de estar sendo operada com muita insegurança, deixando que acontecesse vários erros em cena. O figurino de Cassio Brasil é muito bem cuidado. As músicas compostas por Zéu Brito se encaixam perfeitamente na alegria da montagem. A trilha sonora de Caíque Botkay da mesma forma. o espetáculo é estrelado por Fabiana Karla (que confere a seu personagem boa atuação, emprestando-o e servindo-o desejos ardentes), Marcos Oliveira (figura caricatural bem construída), Bel Kutner (está ótima em cena), George Sauma (muito a vontade em seu personagem), Zéu Britto (seu personagem está bem próximo da chanchada), Jô Santana, Claudia Borioni, Isabel Lobo e Hossen Minussi (todos desenvolvendo muito menos seus personagens).
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Crítica - Isaurinha
 Protagonizado pela atriz Rosamaria Murtinho, o musical Isaurinha - Samba, Jazz e Bossa Nova mistura teatro, show e cinema para mostrar a trajetória da rainha do rádio Isaurinha Garcia. A peça retrata vários momentos da carreira da cantora, desde sua descoberta nos programas de calouros até seu glorioso apogeu.
Protagonizado pela atriz Rosamaria Murtinho, o musical Isaurinha - Samba, Jazz e Bossa Nova mistura teatro, show e cinema para mostrar a trajetória da rainha do rádio Isaurinha Garcia. A peça retrata vários momentos da carreira da cantora, desde sua descoberta nos programas de calouros até seu glorioso apogeu. Ao lado de 18 atores e bailarinos, Rosamaria Murtinho interpreta os grandes sucessos de Isaurinha que fizeram parte do período áureo do rádio brasileiro entre as décadas de 40 e 80. Idealizado e produzido pelo ator Rick Garcia, neto da cantora, o espetáculo apresenta uma personalidade passional, explosiva e frágil de uma artista guiada pelo amor e pelas grandes paixões.
Crítica - É a Mãe
 Com texto de Ana Velloso e Vera Novello, a comédia É a Mãe apresenta situações comuns a todas as mães. No palco, 20 personagens mostram o cotidiano de diversos tipos de mulheres que têm que administrar as várias funções da vida.
Com texto de Ana Velloso e Vera Novello, a comédia É a Mãe apresenta situações comuns a todas as mães. No palco, 20 personagens mostram o cotidiano de diversos tipos de mulheres que têm que administrar as várias funções da vida. Entre as mães e filhas que aparecem na peça estão as personagens dos contos de fada e a Virgem Maria. Branca de Neve e Cinderela, por exemplo, mostram como é difícil ser criada por madrastas detestáveis, enquanto a Chapeuzinho Vermelho aparece como a filha que teve que cuidar da própria mãe.
O espetáculo também aborda os clássicos tipos de mães, como a judia controladora, a popular sogra nordestina e a executiva bem sucedida. O público também participa da comédia em um programa de treinamento para futuras mamães.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Crítica - Ainda bem que foi agora
 Com direção de Marcelo Saback, a peça Ainda Bem Que Foi Agora aborda com humor o relacionamento de um casal acima dos 30 anos. No palco, Olavo e Anita discutem o relacionamento mantido há muitos anos.
Com direção de Marcelo Saback, a peça Ainda Bem Que Foi Agora aborda com humor o relacionamento de um casal acima dos 30 anos. No palco, Olavo e Anita discutem o relacionamento mantido há muitos anos. Os encontros e desencontros do casal interpretado por Carlos Vieira e Andréa Mattar não seguem uma ordem cronológica dos fatos e trazem questionamentos comuns a todos os casais. Durante o espetáculo, a chamada quarta parede do teatro é rompida e o público participa da discussão do casal.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Crítica - Pessoas

O Marinheiro, O Jardim do Palácio, Salomé e a Morte do Príncipe. Estes quatro dramas estáticos compõem o novo espetáculo da Cia. Atores de Laura, que leva a direção de Susanna Kruger. A diretora criou quatro pequenos espaços, onde cada ator (Verônica Reis, Luiz André Alvim, Marcio Fonseca e Adriana Schneider) interpreta um dos textos de Pessoa. Através desta partitura , a diretora propõe uma instalação cênica onde a platéia tem a possibilidade de escolher qual ator ela vai assistir primeiro e assim sucessivamente. Podendo inclusive assistir ao mesmo texto com atores diferenetes, ou deixar de assistir uma encenação no meio indo para outra que mais lhe interessar, já que a cada final de texto, os atores se despem do figurino e se vestem novamente indo para o outro espaço para encenação do próximo texto. Os atores falam seu texto ao mesmo tempo e em determinado momento um ator levanta o volume de voz, buscando pra si a atençaõ da platéia.
A proposta da diretora em fazer com que o público ouça e capte vários textos ao mesmo tempo e possa absorver o que de mais importante tem em cada um , ao contrário da salvaguardar a integridade de cada texto por vez, é interessante. O grande problema é que na prática isto não é atingido. O que se vê é uma junção de informações que se misturam impossibilitando uma maior absorção destas narrativas, desvalorizando desta forma o que o espetáculo "Pessoas" poderia ter de melhor: o texto, já que a diretora fez a opção por uma encenação praticamente estática. É louvável o belo biombo que é utilizado encobrir a imagem do ator, sendo permissível apenas ouvir a sua voz, mas é de um péssimo gosto o momento em que um ator manda o texto sovando uma massa de pão. A Cenografia e figurinos de Ronald Teixeira e Leobruno Gama são interessantes e a iluminação de Aurélio de Simoni deixa o ambiente apropriado.
Em resumo o espetáculo Pessoas passa uma idéia de que falta algo. Como se tivesse saído do forno antes da hora. Inacabado.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Crítica - Cyrano de Bergerac
 Autor dramático francês, Edmond Rostand (1868-1918) especializou-se em escrever dramas românticos em verso. Mas de seus sete textos, apenas dois ainda são encenados com relativa frequência: "L'Aiglon" (1900), que estreou protagonizado por Sarah Bernhrardt, e sobretudo "Cyrano de Bergerac" (1898).
Autor dramático francês, Edmond Rostand (1868-1918) especializou-se em escrever dramas românticos em verso. Mas de seus sete textos, apenas dois ainda são encenados com relativa frequência: "L'Aiglon" (1900), que estreou protagonizado por Sarah Bernhrardt, e sobretudo "Cyrano de Bergerac" (1898)."Cyrano de Bergerac",está em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim. A tradução é do poeta Ferreira Gullar, que também assina a adaptação. A direção é de Renato Carrera. No elenco, Oddone Monteiro (Cyrano), Márcia Méll (Roxana), Rodrigo Phavanello (Cristiano), Ricardo Tostes (Ragueneau), Breno Pessurno (De Guiche), Eduardo Salles (Le Bret), Heitor Cassiano (Valvert/Cadete), Bruno Seixas (Lignière/Cadete), Thalita Rocha (Lise/Irmã Marta), Fátima Esteves (Aia/Madre), Antonio Rossano (Montfleury/Capuchinho/Cadete), Luciana Cazz (Cuigy/Cadete), Márcio Maia (Carbon), Felipe Bondaroski (Cadete) e Bruno Barros (Bellerose/Cadete).
Tudo no espetáculo é questionável com excessão da bela tradução e adaptação de Ferreira Gullar. O mínimo que se necessita para se interpretar um texto deste porte é de um elenco que consiga ao menos falar com naturalidade um texto em verso, pois ao criar o texto desta forma, a intenção do autor era dar a trama uma carga emocional cheia . Rostand escreveu uma peça de teatro, com ótimos personagens e ações absolutamente convincentes.
No entanto, o despreparo dos atores é tamanho que além de não conseguirem conferir um mínimo de credibilidade aos papéis que interpretam, ainda por cima erram o texto a todo momento, como principiantes na iniciação teatral.
Renato Carrera tem uma direção completamente bagunçada, com os atores começando a peça aos gritos no meio da platéia sem um mínimo de porque. Quando vão para o palco em raro momento a situação fica diferente. Estética de cena simplesmente não existe, atores em todo o momento fora do foco principal, ou seja praticamente o que se observa é uma não direção em cena. O elenco é fraquíssimo. A cenografia e figurinos podem ser considerados corretos e a iluminação é básica e pouca aproveitada pela direção. Em resumo, o texto de Rostand que é considerado uma obra-prima, carece urgente neste espetáculo em questão de uma melhor matéria-prima.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Crítica - Clownssicos
 O programa do espetáculo Clownssicos, da Cia. do Giro,diz que no espetáculo, uma companhia de clowns decide montar grandes clássicos da literatura mundial para mostrar que não lida somente com temas "medíocres" que suscitam o riso.
O programa do espetáculo Clownssicos, da Cia. do Giro,diz que no espetáculo, uma companhia de clowns decide montar grandes clássicos da literatura mundial para mostrar que não lida somente com temas "medíocres" que suscitam o riso. Assim, os personagens revelam toda a sua capacidade interpretativa em uma montagem contemporânea que resgata os dramas e as tragédias vividos por Édipo, Jocasta, Medéia, Romeu e Julieta, Hamlet, Ofélia, Macbeth e sua Lady, François e Nicole, Masha e Medvedenko.
Para fazer uma ligação entre o cômico e o trágico, a montagem vale-se da metalinguagem, "o teatro dentro do teatro".
sábado, 2 de maio de 2009
Crítica - Cachorras Quentes

 Com texto de Luis Carlos Góis e direção de Marcus Alvisi, o espetáculo Cachorras Quentes fala sobre os problemas do universo de duas amigas roteiristas hipocondríacas e que sofrem de uma síndrome de perseguição exacerbada. As duas dividem o mesmo apartamento no leblon e estão envoltas com a necessidade de entregar um roteiro para um programa de tv no qual trabalham.
Com texto de Luis Carlos Góis e direção de Marcus Alvisi, o espetáculo Cachorras Quentes fala sobre os problemas do universo de duas amigas roteiristas hipocondríacas e que sofrem de uma síndrome de perseguição exacerbada. As duas dividem o mesmo apartamento no leblon e estão envoltas com a necessidade de entregar um roteiro para um programa de tv no qual trabalham.terça-feira, 28 de abril de 2009
Crítica - Farsa da boa preguiça
 Ariano Suassuna , autor de "Farsa da boa preguiça," dispensa apresentação, mas nunca é demais ressaltar que o trabalho do romancista e dramaturgo é uma das mais importantes referências da literatura brasileira. Fundador do “Movimento Armorial”, Ariano tem sua obra permeada por valores e personagens da cultura popular nordestina e de clássicos da literatura universal. O autor dos célebres “O Auto da Compadecida” e “A Pedra do Reino”, é o poeta das raízes mais fundas da nacionalidade, um defensor militante da cultura do Nordeste, tendo sido comparado a Dante e Cervantes.
Ariano Suassuna , autor de "Farsa da boa preguiça," dispensa apresentação, mas nunca é demais ressaltar que o trabalho do romancista e dramaturgo é uma das mais importantes referências da literatura brasileira. Fundador do “Movimento Armorial”, Ariano tem sua obra permeada por valores e personagens da cultura popular nordestina e de clássicos da literatura universal. O autor dos célebres “O Auto da Compadecida” e “A Pedra do Reino”, é o poeta das raízes mais fundas da nacionalidade, um defensor militante da cultura do Nordeste, tendo sido comparado a Dante e Cervantes.quinta-feira, 23 de abril de 2009
Crítica - Play

Inspirada no filme "Sexo, mentiras e videotape", de Steven Soderbergh, a peça "Play" tem direção de Ivan Sugahara,que cada vez mais aproxima seu teatro com bases e bebendo na fonte do cinema. O texto é assinado por Rodrigo Nogueira, que também atua no espetáculo ao lado de Maria Maya, Jonas Gadelha e Daniela Galli. O cenário e os figurinos, bem simples dando idéia de um despojamento intencionado, são de Rui Cortez. A luz de Renato Machado é correta e propõe claramente a rotina do dia a dia das personagens. Maria Maia e Rodigo Nogueira exageram um pouco e passam do ponto na interpretação, enquanto Jonas Gadelha e Daniela Galli estão mais contidos e aproveitam bem as buances das personagens.
No palco, Ana (Daniela Galli), Cíntia (Maria Maya) e João (Rodrigo Nogueira) reproduzem o triângulo amoroso retratado no filme. João é casado com a reprimida Ana, mas trai a mulher com a sensual cunhada Cíntia. É quando chega Jonas (Jonas Gadelha), o amigo de João que vai desestabilizar as relações. Se no filme de Soderbergh ele era um homem que gravava mulheres por não conseguir mais manter relações sexuais "ao vivo", em "Play", Jonas grava mulheres por ser um artista que está fazendo um projeto. Um projeto que se confunde com a realidade de cada um dos personagens.
Em cena, cinco vídeos são exibidos num telão: duas atrizes desconhecidas, uma mulher anônima e as personagens Ana e Cíntia relatam momentos de intimidade que tiveram em suas vidas. A constante variação entre verdade e mentira cria um jogo instigante entre palco e plateia, em uma brincadeira na qual todos são jogadores - inclusive quem assiste.
O espetáculo faz uma alternância entre cenas curtas e outras longas demais e se ressente de uma maior consistência de estrutura cênica, já que em alguns momentos muito interessantes se perdem num todo, com algumas cenais banais, que poderiam ser exploradas de uma forma bem mais interessante.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Crítica - Sobre o Suicídio
 Dirigida e escrita por Luiz Fernando Lobo a partir de ensaio homônimo de Karl Marx, a peça Sobre o Suicídio traz mais uma encenação da Companhia Ensaio Aberto sobre um tema tabu.
Dirigida e escrita por Luiz Fernando Lobo a partir de ensaio homônimo de Karl Marx, a peça Sobre o Suicídio traz mais uma encenação da Companhia Ensaio Aberto sobre um tema tabu. Como no texto de Marx, o espetáculo aborda quatro casos reais de suicídio: a mulher tratada como propriedade do marido, a suposta perda de virgindade antes de casamento, o aborto e o desemprego.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Crítica - Alzira Power
 A relevância deste texto de contestação que marcou uma época, e sua força teatral resiste muito bem à passagem do tempo, afinal desde que foi escrito já se passaram quatro décadas.. O segredo, é claro, está no fato de Bivar não ter optado pelo didático (tão em moda naquele tempo), mas, sim, por uma ação e personagens que dispensam explicações ou mensagens: o poder de Alzira se revela em termos da realidade — devidamente teatralizada e desmedida — das incontáveis Alziras aposentadas e solitárias, reprimidas e condicionadas desde o berço a obedecer ao mundo dos homens. Aliás o comentário final do texto a respeito do que a platéia vê e ouve continua mais do que válido.
A relevância deste texto de contestação que marcou uma época, e sua força teatral resiste muito bem à passagem do tempo, afinal desde que foi escrito já se passaram quatro décadas.. O segredo, é claro, está no fato de Bivar não ter optado pelo didático (tão em moda naquele tempo), mas, sim, por uma ação e personagens que dispensam explicações ou mensagens: o poder de Alzira se revela em termos da realidade — devidamente teatralizada e desmedida — das incontáveis Alziras aposentadas e solitárias, reprimidas e condicionadas desde o berço a obedecer ao mundo dos homens. Aliás o comentário final do texto a respeito do que a platéia vê e ouve continua mais do que válido.A pesar das limitações do espaço, a direção o utiliza bem com uma boa disposição cênica. O cenário de Teça Fichinski cria todo um apartamento em perfeita sintonia com a vida e o temperamento da protagonista, e os figurinos, também seus, completam a unidade do todo. É boa a iluminação de Paulo David Gusmão, e muito boa a trilha de Caíque Botkay
A direção de Gustavo Paso é orientada pelo tom de Bivar (autor do texto) e explora bem a luta pelo poder entre Alzira e Ernesto, tudo sempre em uma calculada dimensão acima do real, de modo a aproveitar bem o que o texto lhe oferece.
Cristina Pereira explora bem os delírios ressentidos de "Alzira" com suas repentinas mudanças de tom e ritmo, que em última análise deixam claro que tudo o que faz ainda é pouco para expressar o ressentimento de toda uma vida de obediência e opressão; e Sidney Sampaio, da o tom certo para seu personagem, não servindo apenas de escada para Alzira.
Crítica - A Mais Forte, Estruturada
 August Strindberg é o criador do expressionismo e do teatro intimista. Através de seu texto forte, inteligente e cheio de informações nas linhas e entrelinhas vai construindo a história de forma a nos seduzir em cada detalhe citado. Não nos permite se quer uma distração. Impossível não ficar vidrado em sua narrativa.
August Strindberg é o criador do expressionismo e do teatro intimista. Através de seu texto forte, inteligente e cheio de informações nas linhas e entrelinhas vai construindo a história de forma a nos seduzir em cada detalhe citado. Não nos permite se quer uma distração. Impossível não ficar vidrado em sua narrativa. quinta-feira, 16 de abril de 2009
Crítica - O Filho da Mãe
 Regiana Antonini mantém a fama de comediógrafa durante toda a sua carreira de autora no teatro.
Regiana Antonini mantém a fama de comediógrafa durante toda a sua carreira de autora no teatro. Crítica - Espia uma mulher que se mata
.jpg) Espetáculo baseado no texto Tio Vânia, de Tchecov despreza o que famoso autor tem de melhor: os meios tons, pausas significativas, silêncios medidos, entrelinhas de sentimentos e muita melancolia.
Espetáculo baseado no texto Tio Vânia, de Tchecov despreza o que famoso autor tem de melhor: os meios tons, pausas significativas, silêncios medidos, entrelinhas de sentimentos e muita melancolia. quarta-feira, 15 de abril de 2009
Crítica - Clandestinos
 Entramos no teatro Glória, os atores já estão em cena, mesmo antes da peça começar. O cenário que deixa as estruturas do teatro à mostra e explora diversos níveis do palco, é composto de muitos instrumentos musicais e uma parede imensa toda rabiscada. Este ambiente juvenil, com grafismos modernos, nos remete ao cheiro da urbanicidade, o local da fama, do caldeirão cultural, do movimento, da oportunidade, do sonho, das tendências, mas também da solidão, da competição, da desigualdade, da diferença, da frustração, da espera, da espera, da espera...
Entramos no teatro Glória, os atores já estão em cena, mesmo antes da peça começar. O cenário que deixa as estruturas do teatro à mostra e explora diversos níveis do palco, é composto de muitos instrumentos musicais e uma parede imensa toda rabiscada. Este ambiente juvenil, com grafismos modernos, nos remete ao cheiro da urbanicidade, o local da fama, do caldeirão cultural, do movimento, da oportunidade, do sonho, das tendências, mas também da solidão, da competição, da desigualdade, da diferença, da frustração, da espera, da espera, da espera...Todos os atores representam personagens que vão à metrópole, no caso ao Rio de Janeiro, com a vontade se tornar ator/atriz. Eles cantam, dançam, fazem de tudo para conseguir chamar nossa atenção. Muitas piadas são baseadas no senso comum e alguns chavões se repetem. Apesar da previsibilidade dos personagens a atuação da maioria conseguia divertir e em alguns momentos éramos pegos de surpresa com um número musical bem articulado.
A proposta da peça para além da história me parece ser o ponto forte da discussão acerca de Clandestinos. A maneira como a realidade e a ficção se misturam causa em nós uma curiosidade, nos questionamos se de fato aquela é mesmo a história daqueles atores, ou então se seria mais um personagem em suas vidas. Ao nos acostumarmos com as estrelas de Hollywood e os famosos da televisão, que acabam fazendo o papel de si mesmos, nós também não conseguimos fugir dessa vontade de saber do universo íntimo do ator.
Crítica - Don Juan
 Um Don Juan multifacetado. É o que sugere o espetáculo do diretor Thierry Trémouroux. A encenação partiu basicamente do texto de Molière e sendo inserido ao longo da história textos de outros autores sobre o mito.
Um Don Juan multifacetado. É o que sugere o espetáculo do diretor Thierry Trémouroux. A encenação partiu basicamente do texto de Molière e sendo inserido ao longo da história textos de outros autores sobre o mito. terça-feira, 14 de abril de 2009
Crítica - O Santo e a Porca

Crítica - Toc Toc

Uma sala de espera de um médico especialista em Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) se apresenta, é claro, como ideal para uma comédia. Ao francês Laurent Baffie (com tradução de Alexandre Reinecke) obviamente ocorreu que se tratava de uma situação ideal, e na verdade sua escolha de obsessões e o encontro de seis "pacientes" é até bem-sucedido,dentro de seus limites.
O resultado do encontro tem momentos razoavelmente divertidos, mas como o autor não quis que sua comédia tivesse algum ponto de vista crítico que justificasse o encontro,"Toc Toc" acaba ficando reduzida a uma espécie de anedota, um tanto repetitiva e em muitos momentos cansativa.O Tema em questão se esgota muito rapidamente, a pesar que é importante ressaltar que o público ri muito.
O cenário de Márcia Moon, composto por cortinas de venezianas, deixa claro o objetivo de facilidade de transporte para viagem, e os figurinos de Carolina Badra são bastante individualizados. O diretor que também é o tradutor do texto busca o exagero pelo medo de deixar cair a peteca, e com isso o ritmo fica sempre rápido, e o clima, tenso. Talvez por saber que sem recursos cênicos, só possa contar com os atores.
 Márcia Cabrita, Marat Descartes, Ângela Barros, Flavia Garrafa, Riba Carlovich e Sergio Guizé dão todos conta de seus casos de toc.
"Toc toc" é uma comédia sem maiores pretensões e de certa forma agrada o público.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Crítica - O Estrangeiro

A peça conta a história de Meursault, um homem totalmente dominado pelo vazio. Ele recebe a notícia da morte da mãe, comete um crime gratuitamente, é preso, julgado e condenado a morte. Em todas as circunstâncias, age da mesma maneira: indiferente. Para ele, "tanto faz". Todos os atos e circunstâncias se devem ao acaso. Nada mais.
Durante o velório da mãe, se comporta de forma reprovada por todos os presentes. Não se mostra abalado pela morte, apenas uma sensação de querer estar longe daquele lugar. No outro dia, vai ao cinema com uma moça que trabalhava em seu escritório em Paris. Dormiram juntos. Dias depois, resolveu passear pela praia, onde matou sem motivos um árabe – desafeto de um dos seus companheiros. Meursault apontou o revólver, puxou o gatilho e, ao ver o corpo estendido no chão, ainda deu mais três tiros. Ao ser levado a júri, simplesmente não conseguiu justificar por que atirou no árabe. Disse apenas que foi "porque fazia calor".
O absurdo não se aplica apenas ao personagem principal. O julgamento acaba virando um "circo". O árabe é simplesmente esquecido. Todos se preocupam com o fato do Meursault não ter chorado no enterro da mãe. "Em nossa sociedade, qualquer homem que não chore no funeral de sua mãe, corre o risco de ser sentenciado à morte", disse. É basicamente com esse pensamento que o personagem tenta manipular a opinião do público. Afinal, como pode um homem não se emocionar no funeral da mãe? Como pode ir ao cinema logo após deixar o enterro da mãe?
Em seus últimos momentos na prisão, o personagem é procurado por um padre para confessar-se e arrepender-se dos pecados. Ele nega Cristo e termina por agredir o sacerdote. Nesse momento, embora niilista, mostra ter sentimentos, parece despertar da espécie de inércia moral que se encontrava mergulhado até então. Extremista, sente ódio pela presença do padre. Sente alegria por agredi-lo.
Todo o processo da obra acontece em Marengo, a 80 quilômetros de Argel. Meursault é estrangeiro para a sociedade em que vive. É estrangeiro em si mesmo. Procura a todo momento uma justificativa de sua existência e não a encontra em lugar algum, em pessoa alguma. É insensível. Apenas vive.
Guilherme Leme está soberano. A narrativa envolve o público do início ao fim da peça. O espetáculo é visceral e mostra de forma seca e direta para onde caminha a humanidade. Mostra o quanto somos indiferentes e temos todos atitudes de estrangeiros.
Crítica - A Cabra ou quem é Sylvia?
 A estranheza do espetáculo de Edward Albee já começa pelo título e percorre a encenação, de forma a incomodar, e muito, o público, a partir do amor declarado de um homem por uma cabra. Um arquiteto casado, bem casado, desesperadamente entregue a um sentimento que explicita sua condição: recém-chegado aos 50 anos, ele está só, mesmo cercado de pessoas. Só. Com perspectivas que não lhe atraem. Não mais.
A estranheza do espetáculo de Edward Albee já começa pelo título e percorre a encenação, de forma a incomodar, e muito, o público, a partir do amor declarado de um homem por uma cabra. Um arquiteto casado, bem casado, desesperadamente entregue a um sentimento que explicita sua condição: recém-chegado aos 50 anos, ele está só, mesmo cercado de pessoas. Só. Com perspectivas que não lhe atraem. Não mais. Crítica - Essa é a Nossa Canção
 Devo confessar que faz tempo que ouço falar da Amanda Acosta, que construiu uma bela carreira como atriz-cantora de musicais em SP, mas nunca tinha me tocado que é a mesma Amanda ex-Trem da Alegria. Pois é, ela está ao lado do Tadeu Aguiar na peça. Eles vivem um compositor consagrado e uma letrista iniciante que, a partir do trabalho, acabam se envolvendo. O texto é engraçadinho, absolutamente previsível, com direito a fantasma de ex-namorado a atormentar o novo casal de pombinhos. É diversão ligeira, com direito a canções românticas, aqui, contudo, sob tradução caretinha demais do Flavio Marinho para as letras. Quem batalhou e levantou o projeto foi o próprio Tadeu, que está bem em cena, como que debochando da própria silhueta rechonchuda na execução das coreografias. Amanda tem voz e boa presença cênica, embora suas interpretações tenham um certo apelo de 'American Idols' da vida. Mesmo que falte algum verniz, é um musical que vale a ida ao teatro: bem produzido e com atuações a contento. Mas não espere nada de teatro pós-dramático é só pra uma diversão tipo cine pipoca. Luz, cenografia e figurinos, são simples e apenas compõem a cena. As demais interpretações agem como coadjuvantes e sem grande relevância.
Devo confessar que faz tempo que ouço falar da Amanda Acosta, que construiu uma bela carreira como atriz-cantora de musicais em SP, mas nunca tinha me tocado que é a mesma Amanda ex-Trem da Alegria. Pois é, ela está ao lado do Tadeu Aguiar na peça. Eles vivem um compositor consagrado e uma letrista iniciante que, a partir do trabalho, acabam se envolvendo. O texto é engraçadinho, absolutamente previsível, com direito a fantasma de ex-namorado a atormentar o novo casal de pombinhos. É diversão ligeira, com direito a canções românticas, aqui, contudo, sob tradução caretinha demais do Flavio Marinho para as letras. Quem batalhou e levantou o projeto foi o próprio Tadeu, que está bem em cena, como que debochando da própria silhueta rechonchuda na execução das coreografias. Amanda tem voz e boa presença cênica, embora suas interpretações tenham um certo apelo de 'American Idols' da vida. Mesmo que falte algum verniz, é um musical que vale a ida ao teatro: bem produzido e com atuações a contento. Mas não espere nada de teatro pós-dramático é só pra uma diversão tipo cine pipoca. Luz, cenografia e figurinos, são simples e apenas compõem a cena. As demais interpretações agem como coadjuvantes e sem grande relevância.
Crítica - Hamlet

O "Hamlet" de Aderbal Freire-Filho não traz nada de novo, é um espetáculo tradicional.Isso não seria nenhum problema e sim uma opção, mas talvez na tentativa de fugir um pouco deste tradicionalismo exacerbado, comete um erro crucial para o andamento da peça: O corte radical de todo o lado político da peça, que rouba a Hamlet a oportunidade de dar seu voto a Fortimbrás, parte do desejo do príncipe de repor o reino nos eixos, pelo que, afinal, ele deu sua vida. Outro erro é que a loucura de Hamlet é claramente identificada pelo autor, pois, quando "louco", Hamlet fala em prosa, e, quando está em sua condição normal, em verso. É possível que a confusão tenha nascido da opção feita pelos tradutores de só usar prosa. O resultado disso é que o príncipe assume o comportamento de "loucura" na peça inteira, perdendo toda a serenidade e reflexão que prejudica muito a interpretação do protagonista da obra.
O cenário de Fernando Mello da Costa e Rostand de Albuquerque é interessante, sugerindo cena e bastidores, com uma imensa tela onde vários momentos da ação são projetados, mas não consegue contribuir em nada para a compreensão do texto.
Os figurinos de Marcelo Pies são fraquíssimos. É boa a luz de Maneco Quinderé e perspicaz a música de Rodrigo Amarante.
A direção de Aderbal é bastante confusa, sem um foco definido, parecendo deixar o elenco fazer o que quisesse. O texto é pouco explorado, com os atores gritando tanto sem alcançar qualquer intenção ou sutileza.
O protagonista Wagner Moura, já rouco no final, apesar dos pesares, demonstra disposição de que poderia ter feito um Hamlet melhor e mais bem construído. O resto do elenco fica todo muito abaixo dele: o rei de Tonico Pereira é um bufão cafajeste, enquanto Gillray Coutinho faz um Polônio caricato e ridícul. Candido Damm, Fábio Lago, Felipe Koury, Marcelo Flores e Mateus Solano, fazem o Fantasma ao mesmo tempo, tirando toda a tensão do encontro de Hamlet com o pai. Carla Ribas (Gertrude) e Georgiana Góes (Ofélia) são fraquíssimas e indignas de nota por .
No geral, esse Hamlet tem pouquíssimos momentos interessantes e se perde em todos os aspectos, principalmente no que diz respeito aos valores impostos na obra.
